Seminário Interno de Informática Educativa da RME de Caxias do Sul
2ª Etapa - 05/11/10 - Palestra "Educação e Tecnologia - Uma Parceria que dá certo"
Ministrante : Profº. Dr. José Armando Valente - NIED-UNICAMP e CED-PUCSP
Dr. Valente esteve em Caxias em 1994, de lá pra cá passaram-se mais de 15 anos.E hoje, dia 05 de novembro estamos aqui com ele de novo, no auditório do Colégio São José. O tema é " Educação e Tecnologia - Uma parceria que dá certo". O auditório está cheio, a parceria com a UCS, trouxe muitos estudantes de computação e professores de outras áreas também.
Desde que os computadores foram introduzidos na Educação, nos anos 80, a intenção era formar professores para serem capazes de integrar os computadores nas atividades de sala de aula. Mas até hoje essa integração não acontece, e isso não é só do Brasil. Qual a razão?
Com esta constatação, Valente inicia sua palestra.
Como as TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação) são tratadas no currículo? Aí está a razão da desintegração.
Valente refletiu sobre Currículo e tecnologias. Como fazer a integração? Como integrar as TDIC aos conteúdos diciplinares auxiliando no processo de construção de conhecimento?
Desde 1980, no Brasil se pensa nessa integração. A informática nas escolas iniciou nos anos 80 com o MSX, ensinando a programar com a linguagem Logo. Mas o Logo estava muito longe do que o professor fazia em sala de aula ...
Hoje temos contato com novas mídias ou tecnologias digitais: Internet, vídeo, som, fotografia, celular etc... há uma grande convergência de mídias, originando as TDIC. Comunidades sociais, a realidade virtual, DVD, jogos de computadores, web, Internet, computadores multimídia abrem portas para inúmeras possibilidades.
Porém dentro de toda essa revolução, esquecemos como as coisas funcionam, a programação. Sabemos usar muito bem, mas não sabemos como funcionam.
Segundo a definição e seleção de Competências Chave, elaborado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) as competências essenciais são:
- Comunicação na Língua Materna; em linguas estrangeiras; Competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia; Competência digital; Aprender a aprender; Competências sociais e cívicas; Espírito de iniciativa e espírito empresarial; Sensibilidade e expressão culturais.
A competência digital está dentro das essenciais para a formação do cidadão e das competências que vão nortear políticas educacionais.
TDIC não são mais como ferramentas ou recurso, mas como linguagem para representação dos conhecimentos e portanto determinante do currículo. Porém na tentativa de integração com o currículo as TDIC roubam a cena, não ocorrendo a integração, pois não são usadas aproveitando todo seu potencial para a aprendizagem.
As razões da desintegração estão no documento:
www.escola.gov.pt/docs/CompetenciasTIC-EstudoImplementacaoVoII.pdf
Temos que trabalhar como fazer a integração.
Possíveis razões da falta de integração:
Escassez de infra-estrutura (não é o caso da Finlândia, que tem infra-estrutura, mas sem integração.);
Rápida evolução das TDIC;
Formação inadequada dos educadores (não basta conhecimento, mas mudança de concepções para promover a integração);
Necessidade de trabalhar crenças e teorias pessoais dos educadores;
necessidade de tempo para o domínio pedagógico das tecnologias.
O uso pedagógico das TDIC está relacionado com as concepções e teorias pessoais.
Negligenciar crenças e teorias pessoais pode acarretar o choque de duas culturas opostas.
Como se dá a apropriação das TDIC nos educadores? Segundo o trabalho de Marilene A.F.Borges a base é o lado emocional.
O domínio pedagógico ds TDIC não se dá por decreto mas por etapas.
Conceitos básicos:
aplicação em conteúdos disciplinares;
integração das TDIC nos currículos;
transformação pedagógica.
Possíveis soluções:
Mudança no currículo que foi elaborado para a era do papel e lápis. Era digital: exploração, animação.
http://www.slideshare.net/webcurriculopuc/do-currculo-papel-e-lpis-ao-digital
Valente nos mostrou uma equação de 2º grau para papel e lápis e depois uma simulação feita a partir do site de simulação PHET.
Na educação tradicional a Ação vem em último lugar. Primeiro aprendemos o conceito, interpretação, compreensão e Ação (estágios), assim fomos formados.
Uma educação baseada na experimentação deve começar pelo inverso, primeiro a ação, depois a reflexão e compreensão (teoria).
É necessario ampliar o conceito de letramento, tendo em vista as diversas linguagens e escritos.
Multiplas habilidades e modalidades: letramento digital, visual e sonoro. Quando se cria oportunidades, se descobre talentos, mas quando se determina, limita-se a criatividade.
Software educacionais próximos dos conteúdos disciplinares como o Projeto Migen LKL que auxilia no processo de generalização matemática (Inglaterra).
http://migenproject.wordpress.com/
Projetos de Laptops em sala de aula:
www.esec-povoa-lanhoso.rcts.pt/
http://sites.google.com/site/netaulas/portateis
O uso dos Laptops é um grande desafio. O projeto UCA – Ceibal no Uruguai
No Uruguai quase 80% das escola já fazem parte do projeto Ceibal, mais de 380 mil laptops já foram distribuidos na rede estadual de ensino
Temos que entender que nada está terminado, mas em processo de produção, requer criatividade por parte dos educadores.
Ações Práticas:
Incentivar múltiplas experiências
não esperar que haja consenso pedagógico
promover experiências que visam a apropriação tecnológica.
Fim da palestra, perguntas e a ciencia de um novo olhar da nossa realidade. O grande aprendizado é sermos capazes de empreender essa transição. Nós professores somos como barqueiros que devem assegurar essa travessia no desafio da renovação possibilitando a integração das TDIC nas escolas.
Profª Vera Medeiros