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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Os Quatro Compromissos

Férias de verão com muita leitura!!

Na nossa região temos o hábito de curtir as férias de verão nas praias do litoral sul. Esse ano, devido as chuvas, foi muito propício para quem gosta de ler. E isso é muito bom, pois o livro é um prazer solitário que nos enriquece muito!

O livro do mexicano Don Miguel Ruiz: Os Quatro Compromissos – O livro da Filosofia tolteca , me tocou fundo, sabedoria tolteca e verdades universais. Para educadores é um prato cheio para entender nossos alunos.
Mas temos que compreender nossas próprias atitudes primeiro, lá vai....

Aprendemos que ao nascer já estamos condenados a viver o sonho social, que inclui todas as regras, crenças de uma sociedade, não escolhemos nossas crenças. Começamos a ser domesticados na família. Crianças acreditam em tudo o que os adultos dizem. Treinamos nossos filhos a partir de um sistema de castigos e recompensas. Mas nesse processo de domesticação nossas inclinações naturais são perdidas.

Fingimos ser o que não somos pelo medo de ser rejeitado. E acabamos sendo nosso próprio treinador. Nos punimos por não seguir as regras. Acabamos por sermos tiranizados pelo nosso juiz interno. Uma parte de nós carrega a culpa, a vítima, que se compadece de si mesma, se menosprezando.

Quando quebramos as regras, sentimos estranha sensação no plexo solar, é o medo, a insegurança. Por isso é preciso muita coragem para desafiar nossas crenças. Nosso juiz interno se baseia nessas crenças, decretando a sentença e a vítima sofre a culpa e o castigo. E cada vez que nos recordamos da culpa, nos castigamos novamente. O medo controla nosso sonho exterior. Experimentamos sentimentos negativos, como a raiva, o ciúme, a inveja, podendo nos levar a um inferno pessoal. Mantemos falsas crenças em nossas mentes que nos impedem de sermos livres e de enxergarmos quem realmente somos. Aprendemos a viver para agradar aos outros e sermos aceitos, mas não conseguimos nos encaixar nessa imagem perfeita que criamos.

Não podemos nos perdoar por não sermos o que idealizamos. Julgamos os outros de acordo com nossa imagem de perfeição.Ninguém pode nos fazer mal tanto quanto nós mesmos, o juiz, a vítima e o sonho social. A forma como nos julgamos é o pior juiz que jamais existiu. Quem mais nos faz sofrer nessa vida somos nós mesmos. O auto-sofrimento vem da auto-rejeição, quando descobrimos que nunca vamos conseguir atingir o ideal. Assim não aceitamos a maneira que somos e não aceitamos os outros da forma que são.

Firmamos centenas de compromissos, baseados no medo que nos fazem sofrer e fracassar. Podemos reclamar nosso poder pessoal rompendo com esses compromissos, que nos sugam energia e reafirmando compromissos que derivam do amor e conservam nossa energia. Nascemos com uma determinada quantia de poder pessoal que desperdiçamos nas obrigações que criamos, nos sentindo vazios e frágeis. Ruiz nos desafia a adotar quatro compromissos que irão aumentar nosso poder pessoal , nos livrando das obrigações que sugam nossa energia. Os quatro compromissos são:

1.Seja impecável com sua palavra
2.Não leve nada para o lado pessoal
3.Não tire conclusões
4.Dê sempre o melhor de si


Caminhos - acrílico sobre papel reciclado

Seja impecável com sua palavra

A palavra é o dom que vem diretamente de Deus, ela é o poder que temos de criar, de expressar nosso poder criativo. Através da palavra tudo se manifesta. É a força, o poder de criar os eventos em sua vida. É instrumento de magia, se usada para criar beleza e amor. Seu mau uso é magia negra. Usada para espalhar nosso veneno pessoal, fazendo mau uso dessa força, criando o inferno em nossas vidas, ignorando os efeitos mágicos que produzimos. A mente humana é como um terreno fértil onde sementes estão sendo plantadas continuamente. Sementes de medo geram infelicidade. Sempre que aceitamos uma opinião ao nosso respeito, estabelecemos um compromisso que se torna parte do nosso sistema de crenças. Assim desenvolvemos complexos em nossos filhos, obrigando-os a carregar essa magia negra por anos e anos a fio. As pessoas que nos amam fazem isso conosco, precisamos perdoá-las, elas não sabem o que fazem .

A palavra é como um encantamento e nós as usamos como feiticeiros, encantando-se uns aos outros, impensadamente. Lançamos feitiços com nossas opiniões. Durante nossa domesticação recebemos opiniões sobre nós, muitas vezes depreciativas, em que acreditamos, firmando compromissos.
Ser impecável, sem pecado, é não cometer pecado contra sua natureza, é assumir a responsabilidade por seus atos, sem julgamentos ou culpas. O pecado começa quando nos rejeitamos. Auto-rejeição é o pior dos pecados. Ser impecável com sua palavra é não usá-la contra você mesmo. Se amo a mim mesmo irei expressar esse amor e respeito nos meus relacionamentos e não serei afetado por encantamentos que me prejudicarão. Temos que expurgar as fofocas de nossas vidas. Fofoca é magia negra, como um vírus de computador que se alastra numa corrente infinita, é um veneno instalado que cria o inferno.
Se adotarmos a impecabilidade da nossa palavra, seremos imunes aos venenos emocionais, não sendo terra fértil para a magia negra. Use a palavra para gerar amor se quiser ser feliz, começando com você mesmo.

Não leve nada para o lado pessoal

Levamos para o lado pessoal porque concordamos com o que está sendo dito. No período de nossa domesticação aprendemos a levar tudo para o lado pessoal, achamos que somos responsáveis por tudo. Nada do que os outros fazem é motivado por nós, mas por eles mesmos, de acordo com os compromissos que as pessoas possuem em suas mentes. Se ignorarmos comentários que nos magoam (lixo emocional dos outros), estaremos imunes a esse veneno. Se não tivermos necessidade de sermos aceitos, nada nos magoará. Se você ama a si mesmo, gosta da maneira como você é, assim você não levará nada para o lado pessoal.

Nossa mente percebe outras dimensões, outras vozes internas, de nosso anjo da guarda, e de cada compromisso, que provocam conflito interno quando não respeitamos o compromisso. Somos viciados em sofrimento, esse vício é um compromisso que reafirmamos todos os dias. Você se torna imune a magia negra e encantamentos se não levar para o lado pessoal. Pode dizer sim ou não, sem culpa ou autojulgamento. Para fazer escolhas responsáveis você tem que confiar somente em você, seguir seu coração.

Não tire conclusões

Temos o hábito de tirar conclusões, sobre tudo, sobre o que os outros estão pensando ou fazendo, entendemos errado, levamos para o lado pessoal e reagimos enviando veneno emocional com nossa palavra (pedindo problemas..) . Os problemas foram causados pelas conclusões erradas levadas para o lado pessoal. Criamos veneno emocional tirando conclusões erradas, principalmente por tagarelarmos sobre elas, isto é transferindo veneno para os outros. Seria mais fácil pedir esclarecimento, mas preferimos levar para o lado pessoal tirando conclusões que nos predispõem ao sofrimento. Tirar conclusões em relacionamentos é pedir problemas. Pensamos que nossos parceiros sabem o que pensamos e não precisamos dizer o que queremos.

Acreditamos que todos enxergam a vida da mesma forma que nós, julgam e sofrem como nós. Por isso temos medo de ser nós mesmos em presença dos outros, achamos que os outros nos julgam e vitimam, tal como nós mesmos, portanto, antes que os outros tenham a chance de nos rejeitar, nós nos rejeitamos. Quando iniciamos um relacionamento enxergamos o que desejamos e se a pessoa tem alguma característica que não gostamos, acreditamos que podemos mudá-la com nosso amor. Mas o amor verdadeiro é aceitar a pessoa como ela é, sem tentar mudá-la, se tentarmos mudá-la é porque não a amamos de verdade. Fazer perguntas é a forma de não tirar conclusões. Sem tirar conclusões, sua palavra se torna impecável.

Dê sempre o melhor de si

Faça sempre o seu melhor, nem mais nem menos. Seu melhor possui mais qualidade quando estamos saudáveis, sóbrios, descansados e energizados. Se exagerarmos, esgotamos nossas energias, se fizermos menos vamos nos sujeitar a frustrações e culpas. Fazendo o melhor estaremos livres de julgamentos e autopunição. Quebramos um encantamento sob o qual sempre estivemos. Dando o melhor de si viveremos intensamente nossa vida, seremos mais produtivos, iremos nos doar à nossa família, comunidade, a todos. A maioria das pessoas só age quando espera recompensa e não aprecia a ação, por isso não fazem o melhor. Se agirmos pelo prazer de agir, sem esperar recompensa, estaremos realmente apreciando a vida. Nosso juiz interno não terá a oportunidade de descobrir nossa culpa ou de nos condenar. Quando fazemos o melhor de nós pelo prazer de fazer, estamos agindo porque apreciamos agir.

Vivamos o momento presente aqui e agora , façamos sempre o melhor na procura de liberdade pessoal, na busca do amor-próprio. Precisamos honrar o homem ou mulher que somos. Respeitar, aproveitar e amar nosso corpo, alimentando-o, limpando-o, curando-o, isto é a comunhão com Deus. Nosso corpo é uma manifestação de Deus e se sabermos honrá-lo, tudo vai mudar em nossa vida.

Abraço ao planeta - montagem e acrílica sobre papel reciclado.
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