Nosso país possui um vasto território com uma grande biodiversidade. Possuímos mais de 3 mil espécies de borboletas e mais de 23 mil espécies de mariposas. Mas esses insetos dependem da fonte de alimentos fornecido pela flora, e a devastação das florestas também acarreta a extinção de muitas dessas espécies que são grandes polinizadoras.
Nossas florestas tem grande importância para os insetos também
Nas regiões quentes próximas a linha do Equador, na América Central e do Sul, encontram-se o maior número de variedade de borboletas com cores exuberantes. Muitas tem cores que as camuflam na vegetação, como ocelos, caudas alongadas e escamas venenosas para confundir os predadores.
Como diferenciar borboletas de mariposas?
Normalmente as borboletas são diurnas e as mariposas são noturnas. As borboletas quando em repouso deixam suas asas elevadas, enquanto que as mariposas ficam com suas asas abertas. As antenas das borboletas são fininhas com a ponta bifurcada, as mariposas possuem antenas semelhantes a penas, com cerdas sensoriais que captam os feromônios do sexo oposto.
Como são muito dependentes das florestas e campos as borboletas e mariposas são muito sensíveis as mudanças ambientais, muitas espécies estão ameaçadas e outras extintas.
Borboletas e mariposas são insetos da ordem dos lepidópteros. Esses insetos são muito antigos, as primeiras mariposas viveram cerca de 140 milhões de anos, enquanto que as borboletas, mais jovens, datam de 40 milhões de anos.Pode-se dizer que as mariposas são borboletas noturnas, conforme seu nome em alemão, nachtschmetterlinge. A maioria delas tem sua vida ativa à noite, porém muitas voam de dia.
Elas
possuem dois pares de asas com cores e formas variadas. Borboletas e
mariposas são recobertas por escamas. Essas escamas formam os padrões
de desenhos das asas. Na cabeça possuem duas antenas, órgãos
sensores usados para sentir os cheiros e uma tromba enrolada usada
para alimentar-se. Seus olhos são lentes ou facetas. Essas lentes
são sensiveis a movimentos e cores. O tórax é dividido em três
segmentos unidos aos dois pares de asas e os três pares de pernas segmentadas.
Borboletas e mariposas são agentes de polinização, pois alimentam-se de néctar de flores, porém
algumas mariposas não se alimentam no estágio de vida adulta,
vivendo apenas da comida armazenada no estágio de larva.
Ciclo
de vida
Borboletas e mariposas possuem um ciclo de vida
semelhante: ovo, lagarta, pupa e adulto.
Os
ovos são dispersados em locais propícios a sobrevivência da
espécie, quando amadurecem, eclodem pequenas lagartas. As lagartas
crescem rapidamente, às vezes imperceptíveis por baixo das folhas
ou nas nervuras, alimentam-se de folhas, mas algumas comem pulgões.
No estágio de pupa a lagarta fica mais escura, ela fia uma base numa
planta, onde prende seus ganchos traseiros, ficando de cabeça para
baixo quando perde a pele deixando livre a crisálida.
A crisálida
não tem antenas ou pernas, começa o desenvolvimento extraordinário
da metamorfose de uma lagarta para uma borboleta.
O adulto surge
depois de um processo que envolvem muita energia devido as mudanças
internas. As asas secam e endurecem possibilitando que a
borboleta saia voando, muitas vezes já acasalam após a metamorfose.
Os
adultos podem viver de uma semana a um ano, dependendo da espécie.
Borboletas
e mariposas passam por esse processo.
Suas
cores fortes são para atrair parceiros. Borboletas masculinas
produzem perfumes poderosos para atrair as parceiras, secretam
feromônios. Entre as mariposas, são as fêmea que produzem o
feromônio. O casal troca carinho com as antenas, o acasalamento,
normalmente sobre uma folha, de cauda com cauda pode durar até 20
minutos. Depois a fêmea deposita em torno de 1000 ovos na planta
escolhida, muitas vezes a mesma que a alimentou, na folha ou galho e
o macho sai a procura de outra fêmea para acasalar.
Os órgãos reprodutores e a
maior parte do sistema digestivo encontram-se na extremidade do
abdome.
No nosso estado os dados sobre a fauna de lepidópteros é muito incompleta, segundo o Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRGS, a grande maioria de suas espécies ainda não foi classificada, por isso é importante conhecer essa diversidade para poder preservar. Nesse laboratório existem 7 mil exemplares catalogados em mais de 20 anos de pesquisa, favorecendo estudos futuros.
Borboleta Maria-boba Heliconius ethilla narcaea
Borboleta Coruja:
Caligo martia -Camuflagem para evitar os predadores que se afastam ao observar esses grandes olhos, parecendo uma coruja.
Caligo martia - Parte externa do corpo
Borboleta 88:
Diaethira clymena, popularmente conhecida como borboleta 88, leva esse nome devido as marcas semelhantes ao número 88 na parte de baixo, na parte de cima das asas suas cores são preta e azul.
Mariposa-olho-de-pavão:
Automeris illustris - Mariposa olho-de-pavão-alaranjado, sua larva é conhecida como taturana. Os adultos não se alimentam, vivem pouco tempo.
Fotos: Vera E. Medeiros - Tiradas no interior de Ana Rech, Caxias do Sul, RS