Nome
popular: bugio-ruivo
Nome
científico: Alouatta
guariba
Família:
Atelidae
Gênero:
Alouatta
Fotos tiradas da janela de uma moradia em Santa Barbara de Ana Rech, de manhã cedinho, próximo a RPPN Santa Bárbara.
Infelizmente são poucas as iniciativas para proteção da vida dos bugios
Na
nossa região os bugios são encontrados nas matas de araucária. Vivem em
bandos de aproximadamente 10 indivíduos, sob o comando de um macho adulto.
Locomovem-se com o auxílio de sua cauda. Como alimenta-se
basicamente de folhas de árvores, pobre em calorias, passam muito
tempo em repouso. Alimentam-se também de frutas, brotos, pinhões,
lianas (cipós) e flores. Eles podem viver até 20 anos, porém estão
entrando em processo de extinção devido principalmente a destruição
de seu habitat. Aqui em Caxias do Sul presenciamos isso a olhos
vistos, o desmatamento é escancarado, sem o menor respeito a vida
dos animais silvestres, que dependem das matas para sua
sobrevivência.
Muitas vezes ouvimos o ronco do bugio, ouvido há grandes distâncias, essa capacidade
deve-se ao osso hióide, de grande volume nos machos, funcionando como
uma caixa de ressonância, assim sua vocalização pode ser ouvida há
muitos quilômetros de distância.
Os bugius necessitam da preservação das araucárias para sua sobrevivência
As
paisagens naturais estão sendo fragmentadas, prejudicando várias
espécies de animais silvestres, dentre elas o bugiu-ruivo.
Foto tirada num sábado a tardinha, numa área da Reserva Particular do Patrimônio Natural, RPPN Santa Bárbara, o som de fundo não era da floresta, mas de músicas dum bar próximo.
As reservas particulares, RPPN, são unidades de conservação particular, criada voluntariamente pelo proprietário com consciência ecológica,fixando uma área de reserva que não pode ser tocada. Felizmente esse tipo de inciativa vem crescendo.
Nos
arredores e interior de Ana Rech vemos muitos grupos de bugius se
aproximarem das casas. Os mais velhos ficam vigiando no alto das
árvores, enquanto os mais novos chegam nas árvores próximas às
casas, onde se alimentam de folhas de determinadas árvores, como o
camboatá-branco e a mamica-de-cadela. Já vimos uma família inteira
alimentando-se de frutinhas da árvore exótica uva-do-japão. Aqui na região
acredita-se que os bugius não descem ao solo, que seguem pelas
copas das árvores, por isso estão sendo muito prejudicados com a
fragmentação da floresta, pois estão tendo que aprender a descer
ao solo, atravessar estradas, enfrentar perigos na busca por
alimento e sobrevivência.
Todos
os empreendimentos humanos deveriam seguir critérios ditados pela
ciência em relação a preservação dos recursos naturais. As
políticas públicas deveriam favorecer o uso sustentável, a
conservação e recuperação das nossas matas. De certa maneira,
pelo menos na teoria busca-se isso. Sabemos que lideranças
de todo o mundo se encontram para acordarem a diminuição do
processo de degradação do planeta.
Nossa
cidade está dentro da floresta ombrófila mista, parte do
bioma Mata Atlântica. O crescimento urbano intenso de Caxias está
ajudando a destruir mais um pouco dos 8% de Mata Atlântica que ainda
restam no Brasil. Cientistas alertam que em menos de 50 anos esse
bioma vai desaparecer, pois a devastação não para, continua
acelerada.
Caxias
do Sul possui o Plano Municipal da Mata Atlântica em estudo desde
2012, com o objetivo de “ promover aprendizagens sobre a
viabilidade de novos modelos de preservação, conservação e
utilização racional dos recursos naturais da Mata Atlântica (...)”
PMMA volume I.
Criou-se um corredor ecológico da Mata Atlântica, mas na prática o que vemos não é a conservação ou a recuperação desse bioma. O desmatamento gigantesco que está acontecendo em Ana Rech, em pleno século XXI, ano de 2016 é espantoso, muita gente se questiona de como a Secretaria do Meio Ambiente autorizou à grandes empresas de loteamento, esses desmatamentos, envolvendo árvores nativas, bem como as araucárias, protegida por lei! Muitos colonos daqui não conseguem autorização para cortar um pinheiro sequer, sabemos de pessoas que querem construir mas se vão pelo caminho da legalidade não conseguem autorização para o corte das árvores.
Criou-se um corredor ecológico da Mata Atlântica, mas na prática o que vemos não é a conservação ou a recuperação desse bioma. O desmatamento gigantesco que está acontecendo em Ana Rech, em pleno século XXI, ano de 2016 é espantoso, muita gente se questiona de como a Secretaria do Meio Ambiente autorizou à grandes empresas de loteamento, esses desmatamentos, envolvendo árvores nativas, bem como as araucárias, protegida por lei! Muitos colonos daqui não conseguem autorização para cortar um pinheiro sequer, sabemos de pessoas que querem construir mas se vão pelo caminho da legalidade não conseguem autorização para o corte das árvores.
Visões na entrada de Ana Rech
Moradores das proximidades contam de animais silvestres perdidos a procura de abrigos
Triste paisagem
Sabemos que essa desgraça e descaso com o meio ambiente não é uma característica só de Caxias do Sul, mas de
todo o país. Penso nos alertas dos cientistas a cerca das
emissões, dos desmatamentos, no trabalho de conscientização que
fazemos nas escolas e nas iniciativas de preservação. Há muito esclarecimento sobre o prejuízo da
degradação ambiental, ameaçando a própria extinção da espécie
humana, mas a história vai se repetindo, uma história iniciada lá
no descobrimento. Esses empreendedores que constroem espaços
para se morar, não tem consciência da grande diversidade de
espécies que perdem seu habitat natural, mas que tem direito à
vida tanto quanto nós.
Plano
Municipal da Mata Atlântica volume I e II:
Fotografias: Vera E. Medeiros
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