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domingo, 13 de março de 2016

Dia da Poesia - 14 de março

No dia 14 de Março comemoramos o Dia da Poesia.
Poesia é uma composição harmoniosa de versos, pode ter métrica e ritmo ou simplesmente ser livre na expressão de sentimentos e emoções, sem regras pré definidas.
A poesia pertence ao gênero lírico, pois na Grécia antiga as poesias eram cantadas com o acompanhamento do instrumento de cordas chamado lira.

Esse dia, 14 de março, foi escolhido em homenagem a um dos maiores poetas da língua portuguesa, Castro Alves.
Antônio de Castro Alves nasceu no dia 14 de março de 1847 em Curralinho, estado da Bahia.
Poeta precoce, aos 13 anos anos já recita suas poesias e aos 15 anos tem poesias publicada no Jornal de Recife. Aos 16 anos publica “A canção do Africano” seus primeiros versos abolicionistas.
Considerado um poeta romântico, Castro Alves, volta-se para a denúncia da escravidão através de seus versos. Mostrou com seus poemas que nem os bichos merecem castigos e que o negro merecia respeito e afeto como ser humano na dignidade de participar das alegrias da vida. Esse grande defensor do fim da escravidão, era chamado o poeta dos escravos. Escreveu os clássicos Navio Negreiro e Espumas Flutuantes.
Castro Alves deixou uma grande obra escrita, apesar de ter morrido muito jovem, aos 21 anos, antes de acabar o Curso de Direito.

Navio Negreiro foi concluído em 1868, o poema é composto de 6 partes, alternando métricas diversas conforme a situação versada, como por exemplo, inicia com versos decassílabos, representando o mar:

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.


'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

O livro Espumas Flutuantes é uma coletânea de poemas de Castro Alves, reúne 53 poemas, o único livro publicado enquanto vivo, no ano de 1870, um ano antes de sua morte. Os poemas abrangem diversos temas como amor, vida e morte, carregados de emoção e paixão.


O Coração

O Coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céu.
Um-tem o mel da granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.

O outro-voa em mais virentes balças,
Pousa de um riso na rubente flor.
Vive do mel-a que se chama-crenças-,
Vive do aroma-que se diz - amor.

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